Os encontros periódicos no Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares, de Coordenadores Interconcelhios (CIBE) e de representantes das Direcções Regionais de Educação, para analisar e discutir o ponto de situação das bibliotecas e do trabalho da RBE, quer no terreno, quer no Gabinete, são uma constante desde o início desta rede. No encontro de hoje, foi apresentada a síntese das funções do CIBE e debateu-se - em plenário e em pequenos grupos - a relação CIBE / Professor Bibliotecário no novo contexto criado pela Portaria 756/2009 e pela aplicação generalizada do modelo de auto-avaliação das bibliotecas escolares. No intervalo dos trabalhos, desarmou-se a fome e a fadiga com a colecção de recursos gastronómicos que os participantes trouxeram das diversas zonas do país, os quais são sempre uma fonte de novos conhecimentos e prazeres no que à cozinha regional diz respeito, e um meio facilitador de aprendizagens informais e de relações colaborativas!
Voltamos a publicar um excerto do relatório da 1ª fase do estudo Crianças e internet: usos e representações: a família e a escola, coordenado por Ana Nunes de Almeida, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
Para a realização do estudo foi aplicado um questionário a 3039 crianças e jovens dos 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico, maioritariamente entre os 10 e os 15 anos de idade. Estiveram envolvidas 50 escolas, públicas e privadas, pertencentes às 5 Direcções Regionais de Educação.
Algumas notas conclusivas:
A introdução das novas tecnologias de informação e comunicação no quotidiano das crianças é um facto incontornável. Os resultados do inquérito ilustram um quase universal acesso ao computador com ligação à internet. Contudo, apesar desta notável inovação que parece atingir largas franjas de população infantil, descobrem-se alguns sinais de diferença no interior da tendência marcante. Na perspectiva das crianças, e apesar da presença e até por vezes abundância de equipamentos na escola (ex.: nº de computadores, nº computadores ligados à internet, existência de banda larga), os usos da internet no processo de ensino-aprendizagem ficam bem aquém do retrato desenhado pelas estatísticas oficiais ou pelos testemunhos recolhidos junto dos próprios dirigentes dos estabelecimentos de ensino. No campo educativo, as crianças dizem usar pouco a internet na sala de aula, na relação com a escola ou com os professores; muito raramente é introduzida no ensino de disciplinas curricularesque não as TIC ou a Área de Projecto. A internet é utilizada sobretudo como complemento ou enriquecimento de tarefas e de trabalhos escolares que, antes, se faziam sem ela. Na escola, na sala de aula, a navegação na net é directivamente feita sob encomenda (do professor), enquadrada em objectivos pré-definidos, com restrições de tempo. A exploração a céu aberto, o deambular nómada e sem horário entre sites e conteúdos, o ensaio experimental de novas competências ou funcionalidades podem certamente em alguns casos ocorrer na escola, aliás sobretudo fora das aulas. Porém, estas actividades concentram-se, por excelência, no espaço extra-escolar.
A casa é, assim, um lugar estratégico de aprendizagens – onde a internet constitui não só um recurso educativo, mas também informativo, lúdico e comunicacional. A partir de casa a criança entra no espaço global, exercitando-se como indivíduo activo, decisor e investigador por conta própria, tirando partido e construindo o seu lugar na cultura de pares. (…). É muito expressiva a parcela de inquiridos que afirma ter aprendido a navegar “sozinho”; por outro lado, a esmagadora maioria das crianças declara ser a pessoa que mais a usa a internet em casa, como também se considera auto-suficiente na gestão dos seus canais de comunicação e informação, nas modalidades de descoberta e visita de páginas Web.
Fora da escola continua a jogar-se muita da aquisição da literacia digital, dos seus usos mais sofisticados, gratificantes e multifacetados; e também a modernidade da condição infantil. Daí o facto de as formas mais persistentes de clivagem digital continuarem a actuar a partir de casa, distinguindo crianças escolarizadas, cujos pais são eles próprios consumidores intensivos destes bens e serviços, utilizadores profissionais e competentes de novas TIC, os quais as iniciam e acompanham no seu uso, das crianças com origens sociaisdesfavorecidas, residentes em áreas não-urbanas do País, cujos pais mais dificilmente suportam (ou compreendem) a relevância da compra do acesso doméstico à internet (a que se somarão as deficiências de cobertura dos serviços de acesso à internet por parte dos diversos operadores comerciais). E daí a urgência de a escola repensar o lugar e o estatuto da internet no sistema de ensino-aprendizagem, de modo a proporcionar a todas as crianças, no espaço escolar, os seus diversificados níveis de domínio. (…) Se a escola, para além doacesso, não oferecer a todos os seus alunos esse uso de qualidade e plurifacetado estará a vedar às crianças com origens familiares desfavorecidas o acesso a novas oportunidades de aprendizagem, de consolidação de competências digitais criativas e, até, de integração na cultura dominante de pares.
Crianças e internet: usos e representações: a família e a escola>>
O mensageiro das estrelas, porventura o mais belo título de um livro de astronomia, é hoje lançado na Fundação Calouste Gulbenkian. O responsável pela tradução do Sidereus nuncius de Galileu Galilei, é o professor de História da Ciência da FCUL, Henrique Leitão.
Na publicação original, há 400 anos, Galileu revelou ao mundo, pela primeira vez, o que tinha observado nos céus com a sua luneta astronómica - montanhas e vales profundos na lua; uma multidão de estrelas; as quatro luas nunca vistas de Júpiter...- o que mudou definitivamente a nossa visão do universo.
Para que os mais jovens possam ficar fascinados pela vida e obra deste multifacetado cientista, Carlos Fiolhais sugere a leitura de Galileu, Galilei. Aqui >>
Debater políticas para o desenvolvimento de recursos, serviços e sistemas de informação, e para garantir competências acrescidas de literacia de informação a todos os cidadãos, é fundamental para as bibliotecas, os arquivos e outros sistemas de informação do séc. XXI.
O 1º Encontro de Poetas do Mundo em Almada, vai decorrer nos dias 20, 21, 26 e 27 de Março de 2010 no Convento dos Capuchos, Metro de Almada e no espaço cibernético. O AlmadaForma é o centro da organização do evento ao qual se aliam as Escolas do Concelho de Almada e a Rede de Bibliotecas Escolares, para além dos apoios dos tecidos sociocultural e empresarial da região. O encontro insere-se no projecto “Língua, Cultura e Cidadania” – ALReP (Almada Referencial do Ensino do Português, que pretende valorizar a Língua Portuguesa em interacção com outras línguas e culturas, numa perspectiva de reforço do diálogo intercultural e de valorização dos conhecimentos das comunidades.
Entrada livre.
Centro de Formação Almadaforma Tel: 212946508 Tlm: 961339268
As nossas vidas, as nossas culturas, são compostas por muitas histórias sobrepostas. A romancista Chimamanda Adichie conta a história de como descobriu a sua voz cultural - e adverte que se ouvirmos apenas uma história sobre outra pessoa ou país, arriscamos um desentendimento crítico.
Trazer turmas a um festival de cinema é muito mais do que ver filmes em sala. A selecção e os critérios pedagógicos, bem como o espírito presente num evento desta dimensão, transformam esta visita de estudo num momento marcante e que se pode antecipar e prolongar na aula.
As inscrições de escolas para o Indiejúnior, do pré-escolar ao secundário, continuam abertas.