«Quem não lê, não quer saber; quem não quer saber, quer errar»
Padre António Vieira
Esta e outras preciosidades sobre os livros, a leitura, os autores e os leitores encontram-se no Boletim Cultural, de 1986, da Fundação Calouste Gulbenkian.
Utilizar os 'velhos' manuais e as novas tecnologias nas bibliotecas escolares parece uma tarefa fácil, mas, na verdade, é um dos maiores desafios que se colocam hoje em dia aos professores bibliotecários.
"Aprender a ler é mais complexo do que há uma década", porque "há que saber ler os media, ler através da multimédia, é mais complexo do que antes. Temos que saber mais", explicou ontem, em Leiria, Teresa Calçada, da Rede de Bibliotecas Escolares. No II Encontro de Bibliotecas Escolares, Teresa Calçada disse que "ser professor bibliotecário a tempo inteiro é fazer leitores mais competentes e críticos".
No entanto, aquela responsável alertou para a "dificuldade e complexidade" do trabalho dos professores bibliotecários, que "têm que estar ao serviço das novas e velhas tecnologias".
"A escola é convocada para dar aquilo que o aluno sozinho não aprende, é isso que é ser professor bibliotecário. Agora que temos a rede, que está institucionalizada essa rede de recursos humanos, aumenta a complexidade, a exigência e a avaliação" de todo o processo de aprendizagem, disse, considerando tratar-se de um "aprender pro-activo".
Há 13 anos a 'dar cartas' na área da Educação e Cultura, os professores bibliotecários tinham como missão "fazer leitores". Hoje, a tarefa é "mais simples", dada a circulação de informação, mas "mais complexa" pelo conteúdo divulgado, salientou Teresa Calçada.
Durante a sessão de abertura do segundo encontro de bibliotecas escolares, Teresa Calçada recordou duas escolas de Leiria que, desde início, integram a rede: a Escola Secundária Rodrigues Lobo e a Escola secundária Domingos Sequeira.
"Algumas escolas e bibliotecas existiam antes mesmo da rede ser criada", como "foi o caso de duas escolas na cidade, onde já existia uma história, um trabalho e onde havia um esforço de criar uma biblioteca naquilo que é hoje", disse, considerando que Leiria "tem uma boa rede concelhia".
Presente na sessão de abertura esteve também Cristina Dias, da Direcção Regional de Educação de Coimbra, que defendeu uma "articulação" entre as bibliotecas escolares e as autarquias, para que "possa chegar a mais pessoas".
Aliás, esta parceria tinha sido também mencionada por Teresa Calçada no seu discurso, que considerou este o "tempo para formalizar acordos com a câmara de Leiria", com vista a reforçar o papel das bibliotecas escolares no seio da comunidade em que se inserem.
No País, existem cerca de 1.500 bibliotecas escolares. Segundo Teresa Calçada, "todas as escolas 2/3 e secundárias têm biblioteca ou têm o serviço de biblioteca ao dispor".