Com o nascimento da tipografia e o avanço da alfabetização, os Almanaques multiplicaram-se, atingindo o seu período áureo no século XIX. O conteúdo foi-se adaptando aos tempos e aos leitores, continuando a fornecer indicações práticas e úteis, informações de género variado, notícias, efemérides, curiosidades, formas recreativas e humorísticas. A sabedoria popular foi lentamente dando as mãos à ciência, de preferência a acreditar nos astros e em forças ocultas e misteriosas. A organização do tempo, o calendário, esse continuou um elemento central dos Almanaques.
Numa época em que eram muito usados para divulgar superstições e predições astrológicas, o Renascimento, conta-se entre os primeiros livros impressos em Portugal, um almanaque da maior importância nas viagens dos Descobrimentos: o Almanach Perpetuum de Abraão Zacuto, judeu erudito, astrónomo e matemático de D. João II. Impresso em 1496, em Leiria, na oficina judaica de Abraão d'Ortas, o Almanach Perpetuum continha as tabelas de declinação do sol e foi uma obra essencial para a orientação dos navegadores portugueses.
O Almanaque que aqui iniciamos será uma espécie de colectânea de pequenas notícias, citações, imagens e curiosidades em torno dos livros, da leitura e das bibliotecas, que marcará os dias até à realização do Fórum RBE.